Ciúmes Empresarielite (Palestrante Sérgio Dal sasso)
O mundo está cheio de boas intenções e enquanto as coisas estão no caminho tudo que se faz é motivo de sorrisos e tapinhas nas costas. Muitos já diziam que boas intenções perdem sentido quando você falha na ultima. Tudo isso é um pouco verdade, mas seu risco de sobrevivência também existe quando da alta exposição do sucesso, ou seja, pode-se perder frente a derrotas, mas também se deve atentar para não atropelar quando das vitórias.
Existe uma doença contagiosa que cresce em proporção aos resultados, ou pelo menos a quem centraliza os méritos. Trata-se do “ciúmes empresarielite” que aparece com muita incidência dentro daqueles que não aceitam perda de status e poder, frente às idéias de grande aceitação dos parceiros, teoricamente menores ou de outros canais conectados com o negócio. A doença é grave, pois pode contaminar inclusive o dono do negócio, quando este perceber a existência de uma liderança que não é necessariamente a sua.
O sintoma do “ciúmes empresarielite” pode ser facilmente observado quando do acumulo por noites de insônia, com indesejáveis pesadelos e sempre com a mesma pessoa. Este é um mal involuntário, mas que quando não tratado pode levar a decisões pessoais, invalidando competências importantes e prejudicando o encaminhamento das estratégias do negócio. Os pacientes com “empresarielite” são normalmente bem sucedidos, conquistadores e acostumados com o poder e suas glorias. Eles entendem da dependência de equipes competentes, mas não são muito favoráveis quando estas apresentam ousadia suficiente para “cutucar”, iniciando-se assim dentro de um processo de alto-defesa um surto psicológico de medos frente às ameaças de divisão e domínio do trono.
É muito difícil curar o mal do “empresarielite”, pois costumam contagiar com maior incidência os mais velhos (espiritualmente falando), que em muitas vezes ainda persistem na idéia de que são auto-suficientes e que cargos ainda estão relacionados com o bom dia senhor.
Mas temo por aqueles com excesso de energia, quando em situação de confronto. Temo por aqueles que, monitorados pela alta competitividade, acreditam que basta somente mostrar resultados para garantir um plano expansivo das atividades. É preciso entender o jogo, assim como fez o “Jefferson primeira pagina”, para driblar tais ameaças, e sempre ter na mente que o óbvio das perspectivas também é cheio de inesperados. Armas contra essa doença devem estar na humildade e aceitação da divisão do bolo, mesmo quando os outros não estiverem com fome.
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Sérgio Dal Sasso, consultor empresarial, escritor epalestrante. Palestras em administração, empreendedorismo, vendas e educação profissional.
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